Biografias | Autorizar ou não? Eis a questão!
“Uma vida bem escrita é quase tão rara como uma bem vivida.” Thomas Carlyle
Recentemente foi aprovado na câmara dos deputados em Brasília, o projeto de lei (PL 393/ 2011 agora intitulado de PLC 42/2014) que libera a produção e a edição de biografias sem censura prévia do biografado. Com isso, todo e qualquer escrito biográfico não deverá necessariamente passar pelo crivo do biografado em questão.
Polêmicas á parte, o que se deve preconizar nisso tudo é o fato de que, agora com esta lei (aprovada com unanimidade de votos 9 a 0 no Supremo Tribunal Federal) todos ganham, todos subentende-se biógrafos e publico, pois a partir de agora, nenhum biografado deverá ficar reclamando aos céus que sua vida, pessoal e pública, está sendo deturpada, até mesmo porque, boa parte das pessoas infelizmente ainda pensam que ser escritor de biografias faz o escritor ganhar rios de dinheiro (fato que contesto, pois não passa de um pensamento falacioso) coisa que na realidade é muito diferente, pois boa parte do que se ganha com os direitos autorais não chega perto de recompensar o tempo gasto em pesquisas e liberação de documentos, para a confecção de uma obra que levará ao público quem foi e o que fez determinado biografado, sendo que NENHUM BIOGRAFADO deveria ficar por ai difamando o trabalho dos jornalistas/biógrafos , pois os mesmos prestam um senhor serviço para sociedade/ humanidade.
Outro fato a se pensar é que a vida deste biografado , ele querendo ou não, é privada e pública ao mesmo tempo. E outra, boa parte das biografias são calcadas em fatos reais, em vestígios bibliográficos (e até certo ponto arqueológicos) do biografado. Um exemplo disso é o sensacional livro de James Shapiro 1599 : um ano na vida de Willian Shakespeare, que conta com maestria a vida (particular e publica) e carreira do senão maior dramaturgista inglês de todos os tempos.
E vale ressaltar também que toda essa modinha que se iniciou em 2013 com grandes nomes da MPB não passa de uma modinha ridícula, pois querendo ou não todo jornalista, todo escritor DEVE CONTAR OS FATOS para o leitor, sendo que quem deve ganhar com isso é o próprio leitor e não os Prós e Contras dos biografados em questão. Um biografado (o familiar de biografado) ou quem quer que seja, querer CALAR um escritor falando “ você não pode escrever isto ou aquilo”, de uma coisa absurda e ridícula.
E outra, toda e qualquer biografia presta um enorme serviço a humanidade e aos leitores que poderão conhecer a fundo a pessoa biografada mais de perto, utilizo como exemplo Hitler (o maior ditador do século XX) que possui uma biografia – Hitler volume 1 e volume 2 escrito por Joachim Fest e editado aqui no Brasil em 2012 pela editora Nova Fronteira- que conta a trajetória do mesmo deste a terna idade até sua morte em 1945 , dando fim a si mesmo e a segunda guerra mundial e que, o autor dá ao leitor tanto o lado singelo quanto o lado demoníaco do biografado.
Com toda essa questão em voga, termino este artigo parafraseando Shakespeare: Biografias : autorizar ou não? Eis a questão.