O design deve simplificar a vida das pessoas e cumprir seu papel ao criar peças e produtos intuitivos. Mas o que é simples para uma pessoa, pode não ser para outra.
Grande parte das vezes, marcas acabam por generalizar a criação, pensando apenas no grande público e esquecendo que existem outras pessoas dentro desse grupo com necessidades especiais.
Um exemplo que incluiu uma minoria dentro do seu design é a fonte criada por Christian Boer. Disléxico, o designer criou uma fonte capaz de facilitar a leitura, fazendo o ato de ler algo mais simples e agradável. A fonte intitulada de Dyslexie usa uma linha de base mais encorpada, alternando os comprimentos das hastes e da cauda, aberturas e miolos maiores, e inclinações semi-cursivas para garantir que cada letra tenha uma forma única, mais fácil de ser reconhecida.
As fontes mais tradicionais são criadas levando em consideração mais sua parte estética, o que muitas vezes significa que possuem características que tornam alguns caracteres difíceis de serem reconhecidos pelas pessoas com dislexia.
Com Dyslexie, Boer foca na diferenciação de uma letra para a outra, possibilitando uma absorção mais fácil pelo leitor, tentando resolver um problema que muitos designers nunca nem imaginaram.
A Dyslexie já está sendo usada por algumas marcas como KLM, Citibank, Nintendo, Shell e Pixar, assim como órgãos do governo e diversas instituições educacionais.
Em junho, Boer disponibilizou a fonte gratuitamente para download em seu site, onde pessoas com dislexia podem também baixar um plug-in para instalar e mudar completamente a forma como leem sites, e-mails, criam e imprimem documentos.
Já existem alguns livros e ebooks (em inglês) que utilizam a fonte, porém será mais interessante ainda quando tablets, como o Kindle ou Nook, incorporarem a opção “dislexia” nas preferências do usuário.
Postado por André via Shutterstock
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